Cooperação técnica vai tropicalizar ferramenta computacional de mensuração de carbono do solo

Por Fernanda Diniz, Assessoria de Comunicação da Embrapa

Cooperação técnica vai tropicalizar ferramenta computacional de mensuração de carbono do solo
Foto: Divulgação Embrapa

A Embrapa e a empresa norte-americana Regrow Agriculture, Inc.assinaram no dia 26 de junho  acordo de cooperação técnica e financeira para adaptar o modelo de simulação computacional DNDC (DeNitrification-DeComposition) às condições edafoclimáticas brasileiras. A ferramenta já é amplamente utilizada no mundo para mensurar e otimizar o sequestro de carbono e a fixação de nitrogênio no solo. O documento foi assinado pelo diretor de Estratégia da Regrow, William Sallas, e pela chefe-geral da Embrapa Agrobiologia (RJ), Cristhiane Amancio, representando a presidente Silvia Massruhá, durante o Simpósio Latino-Americano e Caribenho de Pesquisa de Carbono do Solo (LAC Soil Carbon 2025), que acontece no Museu do Amanhã, Rio de Janeiro, até o dia 27 de junho.

Segundo o pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão (GO) Pedro Machado, o DNDC é uma ferramenta computacional que oferece inúmeras vantagens aos sistemas produtivos, especialmente no que se refere à preservação ambiental. “É um modelo que permite simular processos de decomposição e emissões de gases de efeito estufa (GEE), como o óxido nitroso (N2O), provenientes do solo, auxiliando na compreensão e gestão desses processos”, explica.

Entretanto, até o momento, os dados estavam restritos às condições de clima temperado dos Estados Unidos e Europa. A parceria tem como objetivo adaptar e calibrar a ferramenta com informações da agricultura tropical praticada no País. Para isso, como observa Machado, onze unidades da Embrapa participam do ACT – Acre, Arroz e Feijão, Agrobiologia, Agrossilvipastoril, Algodão, Clima Temperado, Cocais, Gado de Corte, Meio Norte, Pecuária Sudeste e Trigo – com o objetivo de abarcar diferentes biomas, solos e climas.


William Sallas, da Regrow, e Christiane Amancio, da Embrapa, assinam o acordo de cooperação técnica - Foto: Fernanda Diniz/Embrapa


“Estamos muito otimistas em relação a esse acordo, uma vez que o DNDC é uma ferramenta valiosa para a pesquisa, tomada de decisão e gestão ambiental, oferecendo conhecimentos sobre a dinâmica do carbono e do nitrogênio no solo, e o impacto de diferentes práticas agrícolas nas emissões de GEE. A meta é desenvolver um modelo otimizado, calibrado e validado para os sistemas de produção agropecuários mais relevantes nos diferentes biomas do Brasil”, conclui o pesquisador. Os recursos financeiros da cooperação serão geridos pela Fundação de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário Edmundo Gastal (Fapeg).

Saiba mais sobre os benefícios do DNDC

Simulação de emissões de gases de efeito estufa: O DNDC permite estimar as emissões de GEE, como óxido nitroso (N2O), carbono e metano (CH4), entre outros, originadas de atividades agrícolas e florestais, auxiliando na avaliação do impacto ambiental dessas atividades.

Modelagem de processos complexos do solo: O modelo integra diversos processos físicos, químicos e biológicos que ocorrem no solo, como a decomposição de matéria orgânica, a ciclagem de nutrientes e a dinâmica da água, proporcionando uma visão abrangente do funcionamento do ecossistema.

Análise de práticas de manejo: O DNDC pode ser utilizado para avaliar o impacto de diferentes práticas de manejo agrícola, como adubação, irrigação, rotação de culturas e técnicas de conservação do solo, sobre as emissões de gases de efeito estufa e a produção.

Suporte à tomada de decisão: Ao fornecer informações sobre os impactos ambientais de diferentes práticas, o DNDC auxilia na tomada de decisões mais sustentáveis na agricultura e na gestão de recursos naturais.

Redução de custos: O uso do modelo pode reduzir a necessidade de experimentos laboratoriais e de campo extensos, o que pode diminuir custos de pesquisa e desenvolvimento para geração de práticas agrícolas mais eficientes e sustentáveis.

Flexibilidade e adaptabilidade: O DNDC pode ser aplicado em diferentes tipos de ecossistemas, como florestas, áreas úmidas e ecossistemas agrícolas, e pode ser adaptado para diferentes condições climáticas e de solo.

Avaliação de sequestro de carbono: O modelo também pode ser utilizado para avaliar o potencial de sequestro de carbono no solo, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.